Randolfe e Chico
Fundação Lauro Campos
O PSOL decidiu lançar candidaturas próprias para as eleições das duas casas legislativas. Chico Alencar (RJ) concorreu à Presidência da Câmara, e Randolfe Rodrigues (AP) à do Senado. "Esta candidatura é uma expressão, um símbolo da necessidade de resgatar o papel do Legislativo na nossa sociedade", disse Chico, em seu elogiado discurso, em defesa de um parlamento ético e independente Para além dos acordos dos partidos, Randolfe obteve oito votos, e Chico alcançou 16.
"Em 2011, a esquerda tem que construir uma plataforma comum"
Bárbara Mengardo, Cecília Luedemann, Débora Prado, Gabriela Moncau, Hamilton Octavio de Souza, Lúcia Rodrigues, Otávio Nagoya
Carioca do bairro da Tijuca, escritor, professor de História e deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Chico Alencar define-se como um cristão, socialista, marxista, apostólico carioca. Lutou contra a ditadura, militou no PT de 1987 a 2005. Saiu, após muitas decepções, e filiou-se ao PSOL "para continuar praticando os valores políticos que aprendemos no próprio PT". Nesta entrevista, o deputado fala sobre a militância partidária, as razões da sua saída do PT, sobre a participação do PSOL nas eleições presidenciais, a política de segurança pública carioca e a ocupação do Exérci to nos morros do Rio de Janeiro.
Agora é Dilma
Paulo Passarinho
Temos apenas quatro semanas incompletas de governo Dilma. Para muitos, esse ainda seria um tempo extremamente curto para a antecipação de qualquer tipo de avaliação. Há inclusive quem alegue que sequer a equipe de governo encontra-se plenamente formada, levando-se em conta que são muitos os cargos dos segundo e terceiro escalões não preenchidos. Contudo, a própria presidente caracteriza o seu governo como de continuidade e mudança. Continuidade do governo Lula, naturalmente.
Gasto social com educação é o que mais eleva o PIB
IPEA
Em seu Comunicado nº 75, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela a importância que os gastos sociais adquiriram no Brasil para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução das desigualdades. Segundo o estudo, que usou como base dados de 2006, cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB, e o mesmo valor investido na saúde gera R$ 1,70. Foram considerados os gastos públicos assumidos pela União, pelos estados e municípios.
As tragédias urbanas: desconhecimento, ignorância ou cinismo?
Erminia Maricato
Todos os anos, no período das chuvas, as tragédias das enchentes e desmoronamentos se repetem. Os mesmos especialistas, hidrólogos, geólogos, urbanistas repetem as soluções técnicas para enfrentar o problema. A mídia repete a ausência do planejamento e da prevenção aliada à falta de responsabilidade e "vontade política" dos governos (muitos dos jornalistas como os colunistas globais, donos da verdade, se esquecem de que pregaram o corte dos gastos públicos e das políticas sociais durante duas décadas).
Os cabelos e as mulheres da Amazônia
Mauricio Santos Matos
Em novembro/2009, após aparar meus cabelos e deixá-los à altura dos ombros, tomei conhecimento de uma campanha de doação de cabelos para a confecção de perucas para mulheres que sofreram escalpelamento nos rios da Amazônia. Àquela época, tomei a decisão de deixá-los crescer, sem aparar um milímetro sequer. Pretendia cortá-los no meio do ano, em junho ou julho/2010. Mas achei que não estavam em um bom tamanho. No último dia 06/01/2011 cortei meus cabelos. No dia seguinte levei ao Espaço Acolher, da Santa Casa do Pará.
"Meu julgamento é político"
Maria Mello e Vinicius Mansur
Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, o refugiado italiano Cesare Battisti, preso no Brasil desde março de 2007, ressalta que seu julgamento fugiu da esfera jurídica depois que virou moeda de troca da política internacional e munição para atacar o governo federal, a ponto de colocar em xeque a soberania nacional e as competências da Presidência da República. Politização às escondidas, demonização midiatizada. A seguir, Battisti relata os impactos do sensacionalismo e da descontextualização dos fatos.
Egipto: "Dia da partida" de Mubarak
L'Humanité, Prensa latina, Esquerda.Net
Centenas de milhares de egípcios na praça da Libertação, no Cairo, exigem a demissão do presidente. Contra-manifestantes pró-ditadura desapareceram. EUA estariam a negociar transição sem Mubarak. No final das orações do meio-dia esta sexta-feira, centenas de milhares de pessoas concentradas na Praça da Libertação (Tahrir), no Cairo, gritaram "Não saímos até que ele saia", referindo-se ao presidente Hosni Mubarak.
Tópicos saussurianos
Sergio Granja
Bakhtin (1895-1975) aponta a tese fundamental de Saussure (1857-1913) nesta formulação: "a língua se opõe à fala como o social ao individual". E acrescenta que, para o linguista genebrino, "a fala é, assim, absolutamente individual", observando que nisso consiste "o próton pseudos de Saussure e de toda tendência do objetivismo abstrato". No racionalismo de Saussure, "a história é um domínio irracional que corrompe a pureza lógica do sistema lingüístico".
Heteroglossia, cronotopo, transgrediência e outras leituras bakhtinianas
Sergio Granja
Este artigo articula um discurso inspirado em textos bakhtinianos. Com esse espírito, procura lançar luz sobre conceitos tais quais heteroglossia, cronotopo e transgrediência. Partimos do conceito de poliglossia para alcançarmos a noção mais refinada de heteroglossia (que se relaciona à de horizonte próprio). Em seguida, fomos expondo as idéias de horizonte próprio e excedente de conhecimento, para chegarmos aos conceitos de cronotopo e formação ideológica.
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