sábado, 4 de dezembro de 2010

Fundação Lauro Campos - Socialismo e Liberdade

Deputada Luciana Genro apresenta parecer contrário ao PLP 549
Fundação Lauro Campos
A deputada Luciana Genro apresentou parecer contrário ao Projeto de Lei Complementar 549/2009, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Agora, a luta é para que os demais deputados da Comissão também votem contra essa proposta. Em seu parecer, Luciana discorda do projeto, mostrando que "os gastos públicos que merecem controle não são os gastos com pessoal, mas os gastos com o endividamento público, que têm crescido de forma exponencial".


Não haverá vencedores
Marcelo Freixo
Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar. Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida. Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa.

A crise no Rio e o pastiche midiático
Luiz Eduardo Soares
O modelo do tráfico armado, sustentado em domínio territorial, é atrasado, pesado, anti-econômico: custa muito caro manter um exército, recrutar neófitos, armá-los (nada disso é necessário às milícias, posto que seus membros são policiais), mantê-los unidos e disciplinados, enfrentando revezes de todo tipo e ataques por todos os lados, vendo-se forçados a dividir ganhos com a banda podre da polícia (que atua nas milícias) e, eventualmente, com os líderes e aliados da facção. É excessivamente custoso impor-se sobre um território e uma população, sobretud o na medida em que os jovens mais vulneráveis ao recrutamento comecem a vislumbrar e encontrar alternativas.


Vamos com calma
Wagner Moura
Estamos todos muito contentes com o fato das comunidades do Cruzeiro e do Alemão estarem (pelo menos provisoriamente) livres do julgo do tráfico? Estamos felizes por ninguém ter morrido na invasão do Alemão? Claro, ou não são também os moradores dessas regiões, cariocas, brasileiros que têm direito de ir e vir? Estou feliz pelo Rio, pelo Brasil, por nós todos, mas principalmente, estou feliz por quem mora na Penha. No entanto preciso dizer: vamos com calma.

O teatro do governo do Rio e sua mídia
Marcelo Salles
"Dia histórico para o Rio de Janeiro". "Dia D". "Vitória do bem contra o mal". Esses foram alguns chavões utilizados pelas corporações de mídia para descrever a incursão das "forças de segurança" ao Complexo do Alemão, neste domingo, como complementar à imagem da bandeira do Brasil no alto de uma das estações do teleférico recém-construído na favela. É incrível como se assemelham a narrativa do governo estadual e o discurso adotado pelas Organizações Globo. Juntos comemoram vitória no Alemão, ao tempo que var rem pra debaixo do tapete o sangue derramado no meio da semana da passada. Acham que ninguém vai questionar?

A Guerra do Rio: A farsa e a geopolítica do crime
José Cláudio Souza Alves
Nós, que sabemos que o inimigo é outro, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar. Achar que as várias operações criminosas que vêm se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.

A arma da crítica e a alienação da direita: Considerações sobre o caso do Rio de Janeiro e a desmistificação da crítica das armas
Alexandre Fleming
E o Rio?! Ficou difícil não falar do Rio de Janeiro essa semana. Os acontecimentos envolvendo a operação militar nas favelas cariocas geraram uma onda de comentários e divulgação de opiniões das mais diversas. Algumas delas, para falar o mínimo - equivocadas. A complexidade do tema e os diversos fatores envolvidos deixam espaços abertos na corrida por uma análise imediata, uma resposta definitiva. É nesses espaços que, conscientes ou não, uma parcela significativa da sociedade se expressa sobre o assunto e faz coro com a mídia oficial.


Uma guerra pela regeografização do Rio de Janeiro
IHU On-Line
"O que está por trás desses conflitos urbanos é uma reconfiguração da geopolítica do crime na cidade". Assim descreve o sociólogo José Cláudio Souza Alves a motivação principal dos conflitos que estão se dando entre traficantes e a polícia do Rio de Janeiro. Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por telefone, o professor analisa a composição geográfica do conflito e reflete as estratégias de reorganização das facções e milícias durante esses embates. "A mídia nos faz crer - sobretudo a Rede Globo está empenhada nisso - que há uma luta entre o bem e o mal. O bem é a segurança pública e a polícia do Rio de Janeiro e o mal são os traficantes que estão sendo combatidos. Na verdade, isso é uma falácia. Não existe essa realidade. O que existe é essa reorganização da estrutura do crime", explica.


A modernização conservadora do futebol brasileiro
Israel Dutra
Futebol, assim como política e religião, não se discute? Eis uma questão mais atual do que nunca. E não apenas porque temas religiosos dominaram boa parte da discussão no segundo turno da eleição presidencial. Este pequeno texto não pretende enfrentar-se com as polêmicas intervenções religiosas em meio à política, mas chamar a atenção para os problemas candentes do futebol brasileiro. Problemas políticos.

Hoje é o Dia Nacional do Samba!
Eliomar Coelho
A cidade do Rio de Janeiro tem que se orgulhar, e muito, de ter sido o local onde o samba se consolidou - sem querer entrar nas polêmicas acerca da naturalidade real do gênero -, e onde temos o maior numero de sambistas, compositores, músicos... Enfim, a capital do samba é a nossa Cidade Maravilhosa. E neste dia 2 de dezembro, comemoramos o Dia Nacional do Samba. A data, inventada por um vereador de Salvador na década de 40, é fruto de um fato curioso. O parlamentar quis homenagear o mineiro Ari Barroso dando ao Dia do Samba a data em que o compositor mineiro, que muito bem cantou a Bahia, pisou pela primeira vez em solo baiano.

Wikileaks, a gota incômoda
Katia Monteagudo
Desde domingo, o Wikileaks tem em xeque o Departamento de Estado norte-americano, e não são poucos os que prognosticam semanas de intensa mobilização informativa pelo vazamento de 250 mil relatórios das embaixadas estadunidenses no mundo. Durante vários dias, os jornais The New York Times, The Guardian, El País, Le Monde e Der Spigel, entre os mais influentes do planeta, têm revelado parte do conteúdo das mensagens que hoje ocupam cabeça da diplomacia dos Estados Unidos.


O cartel dos meios de comunicação
Pascual Serrano
O fenómeno Wikileaks monopolizou inúmeras análises e reflexões sobre o futuro da informação, da Internet e da participação cidadã na difusão das notícias. O debate ficou limitado entre aqueles que apresentavam a distribuição de informação secreta como um problema e uma irresponsabilidade e aqueles que defendiam a sua livre circulação e apoiavam o Wikileaks. Na minha opinião, trata-se de uma simplificação, e o modus operandi do Wikileaks demonstrou que o assunto é mais complexo.


Iniciou oficialmente o PCC a discussão sobre a reforma econômica em Cuba
Gerardo Arreola
O Partido Comunista de Cuba (PCC) começou oficialmente nesta quarta-feira em suas fileiras a discussão da reforma econômica, mas alguns intelectuais já anteciparam que um dos temas álgidos será o dos límites do Estado. O veterano revolucionário Alfredo Guevara postula "um Estado que se autolimite em suas funções". A cultura não pode ser deixada à anarquia mercantilista, alerta a crítica Graziela Pogolotti. O modelo soviético "configurava uma nova burocracia e desestimulava o trabalho", avalia Aurelio Alonso

Monicelli nos braços da eternidade
Anubis Galardy
O cineasta Mario Monicelli, um grande entre os grandes, se despediu do mundo deixando órfã a comédia italiana com um salto no vazio que, longe de sepultá-lo nas sombras, o leva nos braços da eternidade. Tinha 95 anos e padecía de um câncer de próstata. Estava internado num hospital de Roma e elegeu a forma de sua própria morte como "um ato extremo de liberdade, de anticonformismo". Assim o veem seus amigos, os atores e atrizes que trabalharam com ele, a primeira deles, Stefania Sandrelli. Também seus familiares mais entranhados.

O homem e o boi
Wladimir Safatle
Depois da crise econômica, a Europa agora conhece a crise social. Um após o outro, os países europeus caem. Antigos modelos de desenvolvimento até então vendidos como exemplo de sucesso, como a Irlanda (o "tigre celta"), expõem a olhos nus o apodrecimento de seu sistema financeiro. Outros, como Portugal, mostram claramente como não tinham nenhuma margem de manobra para se contrapor à "desconfiança do mercado". Países como o Reino Unido anunciam a supressão de 400 mil empregos no serviço público e o fim efetivo da educação pública universitária. A França parte para a milésima reforma da sua previdênc ia social.

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